Entre os dias 02 e 04 de dezembro, o CEAAL realizou seu Primeiro Encontro de Observação Celeste - I EOC. Embora não seja, de fato, o primeiro evento do tipo a ser promovido pelo Centro, é meta da organização que este inaugure uma série de novos pernoites, em caráter oficial, com periodicidade regular e maior frequência.
A sede do I EOC se localizou no município alagoano de Porto de Pedras, num sítio a alguns quilômetros do oceano, ao abrigo da maresia. Na bela e paradisíaca cidade litorânea, os particpantes puderam usufruir de aprazível lazer durante o dia, e observar, à noite, um céu com nível insignificante de poluição luminosa.
Pôr-do-Sol na Praia de Lajes
Participantes observam e fotografam a Lua e Vênus logo após o pôr-do-Sol, ainda na praia
O propósito de eventos como esse, denominados genericamente de pernoites de observação ou star parties, é reunir os interessados em observação do céu noturno (no presente caso, sócios do CEAAL) num local distante de centros urbanos para observar, sobretudo, objetos de céu profundo, como galáxias, nebulosas e aglomerados estelares. Tais objetos, devido à grande distância da Terra, apresentam-se a nós de modo muito tênue, tendo sua observação dificultada ou até mesmo inviabilizada quando tentada a partir de cidades. De Maceió, vemos apenas os aglomerados estelares mais brilhantes, especialmente do tipo aberto. Aglomerados globulares, nebulosas e, principalmente, galáxias, são quase impossíveis de serem observados; e os poucos que conseguimos ver em nada se comparam ao esplendor e à definição que exibem num céu escuro.
O CEAAL levou dois telescópios de 200mm (8") e os disponibilizou aos participantes. O sócio Pedro Henrique levou seu telescópio Maksutov-Cassegrain de 90mm, e os sócios David Duarte e Romualdo Caldas disponibilizaram binóculos para serem utilizados pelos participantes.
Particparam do evento 5 sócios do CEAAL: Ana Karolina, Neftali Jr., Pedro Henrique, Nogueira e David Duarte (organizador), além de familiares.
David Duarte, Ana Karolina, Nogueira e Neftali Jr.
Ana Karolina, Nogueira, David Duarte, Neftali Jr, Pedro Henrique e sua mãe, Maíra
Todos praticaram os Clubes de Observação do Catálogo Messier, elaborado por Charles Messier no século XXVIII e do Catálogo BCA (Catálogo Brasileiro do Céu Austral), compilado por David Duarte, sócio do CEAAL, em 2010.
Neftali Jr. estuda as cartas celestes para localizar o próximo objeto
Ana Karolina tenta encontrar a Nebulosa do Órion
Neftali Jr. encontrou cerca de 20 objetos considerando ambos os catálogos; Pedro Henrique, 9; Ana Karolina e Nogueira, 7 objetos cada. David Duarte supervisionou e auxiliou os demais particpantes na caça dos objetos, mas também observou e contabilizou apenas os objetos inéditos ou não bem observados por ele anteriormente, constituindo-se, a maioria, de galáxias e nebulosas planetárias; totalizaram aproximadamente 15 objetos, se somados aos observados por ele no fim de semana anterior, num evento-teste em companhia do sócio Flávio Souto. Foi nesse evento também que eles fotografaram a Nebulosa do Órion. Embora o objetivo do evento não tenha sido a astrofotografia, e o alinhamento polar tenha sido rudimentar, conseguiram resultado satisfatório.
Grande Nebulosa do Órion, por David Duarte e Flávio Souto
À vista desarmada ou com binóculos de grande campo de visão, os participantes ficavam igualmente fascinados com a beleza do céu como visto do local, que incomparavelmente superava o de Maceió. Aliás, a piscina do sítio-sede do Encontro, permitia, refletindo as estrelas acima, ver algo que lembrava o céu de Maceió, mas ainda superior.
A sócia Ana Karolina descreveu assim sua experiência no evento:
"Viver numa cidade grande tem suas inúmeras vantagens, mas, para quem deseja observar as belezas do céu noturno, não há nada mais agradável do que ficar afastado, longe da poluição luinosa. Contemplei (e contabilizei) inúmeros objetos que eu jamais teria visto com tanta facilidade, considerando a PL de Maceió. Foi uma experiência incrível e indescritível".
Veja, a seguir, mais algumas imagens do Encontro. As fotografias do céu foram feitas com uma lente de 18mm e, dado o tempo de exposição, representam bem aproximadamente a visão que tínhamos do firmamento.
Região de Carina e a Grande Nuvem de Magalhães
A Grande Nuvem de Magalhães, um dos alvos favoritos do evento
Região do Cão Maior e da Popa
No reflexo da piscina, víamos aproximadamente o céu de Maceió, mas ainda melhor!
Participantes apontam seus lasers para a Grande Nebulosa do Órion
Alvorescer na foz do Rio Manguaba, no retorno do sítio à cidade.
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