Blue Moon: mais um motivo astronômico para inspirar os poetas
Quando ocorre a Lua cheia pela segunda vez no mesmo mês temos o evento astronômico chamado de Blue Moon.
Por que ocorre?
O intervalo de tempo médio entre duas fases da Lua iguais e consecutivas é de aproximadamente 29,5 dias (variando entre 29,26 e 29,80 dias). Esse período é chamado mês sinódico, lunação ou período sinódico da Lua. Como na maioria dos meses do calendário gregoriano tem a duração de 30 ou 31 dias, existe a possibilidade da mesma fase da Lua ocorrer duas vezes no mesmo mês. Em um período de 19 anos, de forma aproximada, a ocorrência de duas fases cheias da lua no mesmo mês ocorre em intervalos separados por 3-3-3-2-3-3-2 anos.
Quando?
Por causa do intervalo 3-3-3-2-3-3-2 anos, a última vez que ocorreu o fenômeno Blue Moon foi em 31 de dezembro de 2009. E também nesse ano de 2009 um novo ciclo de 19 anos se iniciou. Passados 3 anos, ou seja, para 2012, teremos novamente o Blue Moon. Em 02 de agosto, às 00:27, a Lua entrou na fase cheia, repetindo essa fase em 31 de agosto, às 10:58 (não visível no céu). O próximo fenômeno Blue Moon ocorrerá novamente em 31 de julho de 2015, obedecendo a sequência 3-3-3-2-3-3-2 anos.
A Lua ficará azul?
Apesar do nome Blue Moon, muitos astrônomos são categóricos em afirmar que a Lua não fica azul. Porém, Patrick Moore, um renomado autor de livros e divulgador de Astronomia afirma ter visto várias vezes a Lua na cor azul. E ele não está sozinho. Existem diversos relatos sobre esse tipo de observação. Vamos então esclarecer os fatos.
Na verdade, não é a Lua que fica azul. O fenômeno pode ser explicado com a interposição de partículas cinza, poeira vulcânica, poeiras provenientes de grandes queimadas entre outras. Em grande quantidade e na alta atmosfera, tais partículas absorvem as radiações vermelhas e produzem a coloração azulada da imagem lunar. Por isso, temos a impressão de ver a Lua na cor azulada.
Essa foi a explicação que os
astrônomos deram quando Patrick Moore afirmou ter visto a Lua na cor
azul em 26 de setembro de 1950, na Inglaterra, data coincidente do
evento Blue Moon. Para os astrônomos, por causa dos incêndios dos
bosques que ocorreram no Canadá, as partículas lançadas na alta
atmosfera poderiam explicar o fenômeno visto por Moore.
Mas será que nesse mês poderemos ver a Lua na cor azul?
Resta conferir. Como às 10h58 do dia 31 de agosto a Lua não estará visível no céu, o observador deverá contemplar a Lua logo após o anoitecer de 30 ou 31 de agosto e observar a bela Lua próxima da sua fase cheia e, quem sabe, ver uma Lua na cor azul.
Por que esse fenômeno é chamado de Blue Moon?
O termo Blue Moon é incerto. Algumas literaturas sugerem que “Blue Moon” surgiu do folclore americano. Outras, apontam que o termo surgiu em 1937 no Maine Farmers' Almanac. Porém, estudos atuais desse anuário realizados nas publicações de 1819 a 1962 indicam o termo “second-full-Moon-in-a-month” e a não ocorrência do termo “Blue Moon”. Outras literaturas indicam que o termo surgiu nos tempos medievais. Seja como for, não é aconselhado traduzir o termo “Blue Moon” para “Lua Azul”, quando ocorre a Lua cheia pela segunda vez no mesmo mês. O termo mais indicado é “second-full-Moon-in-a-month”, ou como desejar, “segunda lua cheia do mês”.
Um pouco mais
Aproveite a oportunidade parta contemplar a olho nu os planetas Marte e Saturno, além da estrela Spica da constelação da Virgem. Logo após o pôr do Sol, espere cerca de uma hora e observe logo acima da linha do horizonte oeste (local onde o Sol se pôs) três pontos brilhantes e próximos entre si. O objeto celeste de cor avermelhada é Marte. O outro de cor amarelada é Saturno e, aquele que apresenta uma cor azulada é a estrela Spica.
Marcos Calil é assessor de Astronomia do Grupo Climatempo e coordenador científico do Planetário Johannes Kepler (Sabina escola parque do conhecimento em Santo André – SP)
Bons céus!!!
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